Dizem que quando nos apaixonamos, de certa forma o nosso coração sente que aquela pessoa nos pertence.

Queremos alguém que nos ame, nos respeite, nos desarrume a vida para melhor, nos dê momentos de alegria, de loucura da boa, nos faça sonhar, nos faça acreditar, nos faça ser pessoas melhores, nos faça arrancar um sorriso logo pela manhã, nos faça felizes todos os dias ou que pelo menos tente fazê-lo. Não é fácil amar, ao contrário do que muitos pensam. Amar dá trabalho, exige disciplina, exige dedicação mas vale sempre a pena. Uma vez o meu marido perguntou-me o que eu considerava mais difícil de fazer na vida. A minha resposta foi: amar uma pessoa a vida inteira.
Quando casamos ou quando nos apaixonamos, pensamos que vai ser para sempre, mas nem sempre é assim. Já é raro ser assim. Porque como disse anteriormente, o amor dá trabalho, e é um trabalho a dois e para os dois.
Nos primeiros tempos depois de juntar os trapinhos começam a surgir os primeiros problemas, que se não se resolverem no momento, em breve passam de problemazinhos a problemazões. É a roupa fora do sitio, é porque um gosta do móvel assim e o outro não, porque um gosta de dormir cedo e o outro tarde, e um adora acordar cedo e o outro tarde, é porque um quer ir almoçar com os pais e o outro quer é ficar em casa, tantas e tantas coisas que acontecem, simplesmente porque são duas pessoas diferentes a viver juntas. Aqui começa o grande desafio de um casal, a vivência a dois dentro da mesma casa, na partilha de responsabilidades, no deixar a casa dos pais em que recebíamos os miminhos e nos sentíamos protegidos, para passarmos a ser nós quem tem de gerir tudo. Mas o grande, grande desafio de um casal, chega com o primeiro filho. No nosso caso, duas filhas ao mesmo tempo.
Antes de chegar este duplo kinder surpresa, sempre foi um prazer ter-te “só meu”. Viver contigo todos os dias, apesar de deixares a roupa fora do sítio, de nunca te importares da casa estar desarrumada nem de respeitares as horas das refeições, era simplesmente maravilhoso…como digo muitas vezes, desarrumas a minha vida, mas para melhor (pois tenho a mania da híper organização). Já sabia que ias ser um pai especial mesmo antes de pensarmos em ter filhos, pois o teu amor por mim e pela vida é tão especial que sabia que ia ser ainda maior quando chegasse a melhor prenda que a vida nos dá…um filho.
Ser pai é ser um herói na vida de um filho para sempre. É estar sempre atento. É fazer a mãe feliz todos os dias, é dar miminhos, dar colinho, contar historias, adormecer, fazer a papinha, é brincar e esquecermo-nos do mundo, é estar presente, é estar com os filhos em dias importantes, especiais mesmo tendo uma reunião super importante no trabalho, é estar sempre pronto a ouvir, dar abraços, dar beijinhos, ensinar, educar com muito muito amor, é ser paciente, é ser sensível aos problemas dos filhos, mesmo aqueles pequeninos, é deixar os filhos serem livres, é amar sem apego.
Tornaste-te um super pai que já era um super marido. Obrigado por nos fazeres tão felizes às três todos os dias e fazeres dos nossos dias sempre tão especiais, por estares sempre presente e sempre para nós. Obrigado pelo teu grandioso e maravilhoso amor. Não é fácil passar de marido a pai de duas filhas gémeas que para agravar nasceram muito prematuras com 25 semanas de gestação, não foi fácil cuidares de mim quando tu também precisavas de apoio, não foi fácil ser pai a pressa, não foi fácil noites e noites sem dormir quando tinhas de estar as 8h no trabalho para cuidares de tantas pessoas, não foi fácil gerir a vida de casal com duas bebés traquinas, mas tu conseguiste todos os dias, e continuas a conseguir, com muita vontade, seres um super pai e um super herói na vida das tuas filhas. Estamos orgulhosas de ti.
Feliz dia do pai a Todos os Pais que fazem os filhos felizes.
Melhor que te ter como marido, só mesmo as Marias terem-te como pai!
Débora Barroso

Texto escrito para o Up To Lisbon Kids

 

 

 O Blog de Nós e as Marias também está no FACEBOOK e INSTAGRAM