Adoramos fotografia! E por gostarmos tanto, sempre que vamos de férias, levamos as máquinas todas atrás. Acabamos por tirar milhares e milhares de fotografias, tentando registar todos os momentos vividos.

Mas hoje, aconteceu algo de diferente. Um momento único. Ao final do dia, no quintal, durante o por do sol, com uma aragem morna e muito agradável, depois de uma tarde de banhos de mangueira, todos relaxados, a ouvir música, elas começaram a dançar. Algo muito normal, elas adoram dançar e aproveitam todos os momentos de música para o fazer. No entanto, de repente, a Matilde vem ter connosco, abraça-nos e puxa a irmã para junto de nós. Um abraço entre todos, bem apertado. Um momento único que não consigo simplesmente descrever por palavras.
Em seguida, elas voltaram a dançar, mas na minha mente, parecia que o faziam em camara lenta e em silencio.
De repente apercebi-me de que tinha vivido toda a minha vida para este momento. Um momento único, simples, genuíno, carregado de tudo aquilo que tem verdadeiramente importância. Caramba, como gostava de poder carregar no botão de pausa no filme da nossa vida, e ficar a contempla-lo, tempos e tempos!
Dei por mim, mais tarde, a pensar em como não senti necessidade de fotografar este momento. Percebi que, por vezes, acontecem momento tão intensos, únicos e especiais, que a única forma de usufruirmos verdadeiramente deles é, tão simplesmente, vivê-los! Sem distrações! E sem outros registos, senão aqueles que ficam gravados na nossa memória.

                       

      

Artigo escrito originalmente para Up To Lisbon Kids

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