Imaginem o momento de ter um filho! Ou melhor, imaginem o momento de ter dois filhos, duas meninas, gémeas, lindas! Agora, imaginem o vazio que é não lhes poder pegar, não as podermos ter no nosso colo, não poder sentir o seu cheiro, não poder dar beijinhos e mimos, não lhes poder tocar nem ver a não ser através de uma parede de plástico.
É dificil de imaginar, mas muito mais dificil é viver esta dura realidade, principalmente quando nao estamos miminamente preparados para ela.
Nenhum pai ou mãe está preparado para ter um filho antes do tempo. Ninguém sabe o que isso é e tudo o que isso significa, até passar por essa experiência.
Nós também não estavamos preparados. Não houve aviso, não houve preparação… Não vivemos a alegria e a magia tão especiais do momento do nascimento de um filho. Em vez disso vivemos antes o maior susto das nossas vidas, a angustia de não saber se iriam sobreviver e o medo de sequelas futuras. Em vez disso, tivemos 109 dias de luta, os 4, nas unidade de cuidados intensivos e intermédios neonatais do Hospital de Sao Francisco Xavier.
Foi uma montanha russa de sentimentos, um mar de emoções! Muitas delas contraditórias. Momentos de alegria por termos as nossas Marias junto a nós, mas ao mesmo tempo o medo de ficar sem elas! Dias em que as coisas corriam bem, e saíamos de unidade de coração cheio, uma felicidade tão grande que não tinha outra forma de sair do nosso corpo senão através de um sorriso rasgado! Dias menos bons, em que as coisas não corriam tão bem, e o que nos mantinha de pé, que nos permitia ter forças para continuar, era a força que recebíamos de todos os que nos rodeavam, especialmente dos profisionais que lidavam connosco todos dias e dos outros pais na mesma situação que nós, mas acima de tudo, os olhares das nossas Marias, a força que elas mostravam, a fé que tínhamos nelas, e o Amor que nos unia! Vontade de rir a cada movimento, abrir de olhos, a cada vitória! Vontade de chorar, gritar, fugir a cada momento menos bom! O desespero, o sentirmo-nos desarmados e desamparados com a falta de certezas e de respostas. A força que tínhamos era a força que as nossas filhas nos davam, e essa força deu-nos asas para acreditar e lutar.
Quem passa por uma experiência destas, sabe que todos os promenores contam. Todos os promenores fazem a diferença. Ao longo de todos estes dias, conhecemos pessoas que nos marcaram de uma forma difícil de imaginar. De uma forma muito especial, que está ao alcance de poucos. Pessoas que, mais que profissionais, se mostraram humanos com uma sensibilidade diferente, com uma força e dedicação que não estavamos habituados a ver, com superpoderes como apenas os superheróis tinham! Mais que profissionais, passaram a ser amigos, família!
Nós também não estavamos preparados. Não houve aviso, não houve preparação… Não vivemos a alegria e a magia tão especiais do momento do nascimento de um filho. Em vez disso vivemos antes o maior susto das nossas vidas, a angustia de não saber se iriam sobreviver e o medo de sequelas futuras. Em vez disso, tivemos 109 dias de luta, os 4, nas unidade de cuidados intensivos e intermédios neonatais do Hospital de Sao Francisco Xavier.
Foi uma montanha russa de sentimentos, um mar de emoções! Muitas delas contraditórias. Momentos de alegria por termos as nossas Marias junto a nós, mas ao mesmo tempo o medo de ficar sem elas! Dias em que as coisas corriam bem, e saíamos de unidade de coração cheio, uma felicidade tão grande que não tinha outra forma de sair do nosso corpo senão através de um sorriso rasgado! Dias menos bons, em que as coisas não corriam tão bem, e o que nos mantinha de pé, que nos permitia ter forças para continuar, era a força que recebíamos de todos os que nos rodeavam, especialmente dos profisionais que lidavam connosco todos dias e dos outros pais na mesma situação que nós, mas acima de tudo, os olhares das nossas Marias, a força que elas mostravam, a fé que tínhamos nelas, e o Amor que nos unia! Vontade de rir a cada movimento, abrir de olhos, a cada vitória! Vontade de chorar, gritar, fugir a cada momento menos bom! O desespero, o sentirmo-nos desarmados e desamparados com a falta de certezas e de respostas. A força que tínhamos era a força que as nossas filhas nos davam, e essa força deu-nos asas para acreditar e lutar.
Quem passa por uma experiência destas, sabe que todos os promenores contam. Todos os promenores fazem a diferença. Ao longo de todos estes dias, conhecemos pessoas que nos marcaram de uma forma difícil de imaginar. De uma forma muito especial, que está ao alcance de poucos. Pessoas que, mais que profissionais, se mostraram humanos com uma sensibilidade diferente, com uma força e dedicação que não estavamos habituados a ver, com superpoderes como apenas os superheróis tinham! Mais que profissionais, passaram a ser amigos, família!
Um desses super heróis, marcou especialmente a diferença! Nos primeiros dias após o nascimento, numa altura em que ainda estávamos meio anestesiados e não sabíamos se tudo aquilo que estavamos a viver era sonho ou realidade, um anjinho surgiu diante de nós com uma prenda! Uma prenda que foi verdadeiramente importante para nós os 4. Um diário. Um simples diário. Incrível como algo que pode parecer tão pouco, tão pequeno tão insignificante, nos fez uma diferença tão grande! E cada promenor, cada autocolante, cada desenho, cada palavra, cada pedaço de amor que nele foi colocado, marcou-nos de uma forma tão mágica e especial! Um diário pode parecer pouco, mas para quem está a lidar com um tsunami de emoções e a tentar digeri-las da melhor forma que pode e consegue, para quem sente que ninguém o compreende, que ninguém o ouve, faz muita diferença. É uma forma de desabafarmos, de nos sentirmos mais leves! De sentirmos que alguém nos ouve. É uma forma de dizermos tudo o que nos vai na alma, sem medo de criticas ou julgamentos. Mas é, acima de tudo, uma forma de falarmos com as nossas filhas! Poder escrever para elas, é mágico.É um momento só nosso, em que tudo o resto que está à nossa volta, deixa por momentos de existir! E só estamos nós e as nossas filhas! Nos dizemos-lhe tudo aquilo que nos vai na alma, e temos a certeza que elas nos ouvem! E mesmo em casa, quando as saudades apertavam, os diários ajudaram-nos a lidar melhor com a distância, porque escrevendo para elas, sentiamo-nos mais perto, como se as tivessemos a aconchegar.
Essa prenda teve para nós um significado ainda mais especial! Porque a escrita sempre foi muito importante para nós. A escrita chega ao coração e fica para sempre lá guardada, quando escrita com amor.
Os diários foram, acima de tudo, uma libertação dos nossos medos e emoções. E ficam para sempre como uma recordação muito bonita, e muito genuína! Um livro de histórias, recordações, sentimentos! Um livro onde contamos às nossas filhas uma bonita história de amor, de coragem, de luta, de resiliência, de esperança, de fé, de vitória. A nossa história!
…continuamos a escrever!
2 Comments
Xica Maria
Passamos pela Neonatologia do Hosp. Pedro Hispano apenas 1 semanas, mas de certeza a pior semana das nossas vidas. Felizmente o nosso filho ficou melhor é saudável sem sequelas… Mas o trauma ficou. E ficou para sempre. Compreendo bem.
Mulher, Filha & Mãe
Acompanho a vossa história desde o inicio. Por vezes quero comentar, mas faltam-me as palavras. Parabéns pelas vossas conquistas e pelo vosso amor! Felizmente partilho do mesmo amor junto da minha família e sei que nos dias que correm é uma bênção! Recentemente também tivemos o nosso primeiro rebento… e… não dá para imaginar a emoção que é ter um filho.. até o termos!
Obrigada pela partilha!